Faz tempo que trilho o mapa de meus caminhos
Para chegar a ti, cidade querida.
Faz tempo que percorro estradas
Onde hortências me saúdam,
Como retratos guardados
Na memória de minha saudade.
Ah! Gramado. Cidade madura
Onde quero viver outra vez
Momentos felizes.
Sentir o olor de tuas flores,
Cobertas pelo orvalho da manhã,
Espiar pelas frestas de tua neblina
À espera do astro-rei
Então, alçarei vôo, como o condor nos Andes,
Vagando pela serra que te circunda
E, no lirismo de um fim de tarde,
Andarilho regresso,
Semearei versos,
Chorando pelo amanhã
Em que terei partido.
Obs.:Obtive o primeiro lugar no Concurso de Poesias-Categoria -Comunidade-
VII Abraço Poético- Promovido pela Secretaria de Cultura de Gramado.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
sábado, 19 de fevereiro de 2011
AS MULHERES E O MEIO AMBIENTE
O povo Sakalava, numa das ilhas de Madagascar, situada no Oceano Índico, ao largo da Costa de Moçambique, vive da pesca, cultura de plantas comestíveis e do gado, em pequena escala. É uma das regiões mais pobres do mundo e suas florestas vem sendo desmatadas por causa de suas madeiras nobres.
Num documentário que assisti pela TV Francesa, tive oportunidade de conhecer um pouco da vida de uma tribo africana que vive em uma das ilhas que formam o complexo de Madagascar. O que mais chamou minha atenção, foi o domínio exercido pelas mulheres, no povoado, onde os homens mantém respeito às decisões tomadas pelos Conselhos Femininos, que se reunem em assembléia, para decidir sobre problemas ocorrentes na região. Uma das mulheres que se destaca no local é a parteira, pela nobre missão de auxiliar as parturientes a gerarem sua prole.
Antes de realizar seu procedimento, ela se dirige a uma líder espiritual, sendo abençoada, mediante promessa de atuar da melhor forma possível ao atender a futura mãe.
No documentário, foi revelado um fato ocorrido na comunidade, quando um homem cortou algumas árvores de uma floresta existente junto ao povoado, denominada por todos como a Floresta das Mulheres. Considerada como "reduto íntimo" das habitantes, com características de misticismo, ao tomarem conhecimento, elas reuniram o Conselho Feminino, onde estavam presentes todas as mulheres, bem como os homens e crianças da região, para ser julgado o nativo que originou o dano. Sua defesa foi o argumento de que a pequena área onde plantava se tornara insuficiente para sua sobrevivência, bem como da mulher e três filhos.
A comunidade feminina, por sua líder, indagou se ele pretendia continuar com o corte de árvores, ao que ele respondeu que sim, que não deixaria de fazê-lo. Como represália, as mulheres declararam que abandonariam o povoado, levando consigo as filhas mulheres, deixando com os homens os filhos do sexo masculino. Afirmaram que a floresta a ser desmatada fazia parte de suas vestes e, sem elas sentiriam-se nuas. E assim o fizeram. Sairam todas em direção a outros povoados, acompanhadas da esposa e filha do causador do desbaste. No caminho, aliciaram outras mulheres a fazerem o mesmo.
Os homens que ficaram no povoado reuniram-sem em assembléia e cobraram uma solução por parte do infrator, pois não poderiam ficar sem suas mulheres. Pressionado, ele afirmou que só poderia resolver o problema, se obtivesse um empréstimo pára suprir suas necessidades, o que obteve, com o compromisso de saldar em seis meses. Comprou uma pequena área de terra e dois bois zebus. Um deles seria abatido e sua carne destinada a uma festa, oferecida às mulheres. Sairam no encalço das nativas, convencendo-as a retornarem para o povoado, com a promessa de o infrator sustar seu procedimento.
O boi foi carneado e aconteceu a festa na qual apenas as mulheres comeram a carne assada pelos homens.
Voltou a paz ao povoado. Achei o documentário de importância relevante, considerando o ambiente em que os fatos aconteceram e os protagonistas que dele participaram, dando um exemplo de proteção à Mãe Natureza.
Obs. A série é apresentada pela TV Francesa-Canal 5- com o título de- Des terres des hommes-.
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