sábado, 22 de fevereiro de 2014

ACONTECEU NA MADRUGADA, EM GAROPABA/SC-FEV.2014

No período em que permaneço em Garopaba, sempre tiro uma madrugada para fotos. Foi o que aconteceu neste mês de Fevereiro.Caminhei por ruas desertas em direção Centro Histórico. Lá chegando, sentei-me num dos degraus de pedra, junto aos barcos de pesca. Enquanto aguardava a chegada do astro-rei, ocorreu um fato que me chamou atenção. Um cão, de pelagem negra, desceu as escadas, e, à beira-mar e começou a uivar, fazendo movimentos com a cabeça em postura semelhante a um lobo. Intercalava seus latidos com pequenas corridas em círculo, olhando em minha direção. Parecia fazer um apelo. Eu era a única pessoa presente ali, naquela hora.Depois, subiu os degraus, olhou para mim e desceu novamente, repetindo aqueles gestos.
Não sou muito afetivo com cães, por temor de que mordam, principalmente quando caminho nos parques de Porto Alegre. Aquele,entretanto,despertou minha curiosidade e confiança, quanto a sua mansidão. Pensei, no momento, o que o levaria a agir assim. Se o seu dono, um pescador embarcara para colher o fruto de seu trabalho ou se não mais regressara por alguma fatalidade. Fiquei comovido, quando ele, cansado, subiu as escadas de pedra e colocou-se ao meu lado, olhando para o mar. Depois, deitou-se, permitindo que o fotografasse, o que fiz. Não consegui saber a razão de seu comportamento mas, considerei-o um companheiro de espera pelo nascer do sol. Desejei, ao retirar-me que, se a razão de sua espera devia-se à volta de seu dono, que isso acontecesse, pois seria um momento mágico que não consegui registrar.
                                                  


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

GAROPABA/SC-FEVEREIRO-2014

"Ninguém entra no mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não é o mesmo, assim como as águas serão outras". (Heráclito, de Éfeso). Fernando Pessoa disse que "o lugar a que se volta é sempre outro". 
Assim acontece comigo quando volto a Garopaba. Caminhando pelas mesmas ruas, para mim são outras, olhando para o mar, já não é o mesmo. Já disse o escritor e poeta Ingenieros " En este mundo, nadie es verdad nin mentira. Todo es segundo el cristal en que se mira". Vi Garopaba com outro olhar. A praia envolta em brumas, ao amanhecer, vi a mesma praia banhada pelo pôr-do-sol, ao entardecer, vi pescadores conduzindo seu barco sobre as ondas, vi gaivotas e barcos, uma garça ornamentando a praia com sua elegância e uma ave marinha, bem junto a mim, permitindo que a registrasse na foto. Estão certos os filósofos e os poetas, o lugar para onde voltamos, é sempre outro. Nosso olhar é  que o diferencia.