terça-feira, 7 de setembro de 2010

UM OLHAR SOBRE O BRIQUE DA REDENÇÃO











Após alguns dias de chuvas constantes em nossa "Portinho", aproveitei o período de sol para um passeio no Brique. Segundo alguns autores, é uma versão do Marché aux Púces de Paris (Mercado das Pulgas) ou da Feira de San Telmo, em Buenos Aires. Na minha opinião, aquele espaço não fica adstrito às características dos locais mencionados. Além do artesanato, das barracas de artes plásticas e antiguidades, o brique é ponto de manifestações culturais, artísticas e políticas. Saindo do Parque Farroupilha, junto ao Monumento ao Expedicionário, nos deparamos com alguns tipos interessantes, como a estátua viva, representando um personagem da Mitologia Grega e um poeta e declamador (Marcos Bahrone), que, por uma contribuição simbólica, nos brinda com poemas de Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos, entre outros. Mais adiante, nos comovemos ouvindo os pequenos índios guaranis e caingangues, cantando ou esculpindo pequenas estátuas em madeira, representativas de animais silvestres. Já, quase na esquina com a Av. Osvaldo Aranha, apreciamos o cantar latino de um pequeno grupo de equatorianos, com seus trajes típicos. São apenas alguns dos eventos que o brique nos reserva. A multiplicidade de atrações, ocorrentes naquele espaço, o colorido das telas expostas, a diversidade criativa nas barracas de artesanato, a palavra encenada, tanto nas peripécias do "homem do gato", como do poeta ou de eventuais grupos de oficina teatral, estimulam nosso imaginário. Despertam, então, o desejo de retorno àquele local para um reencontro com a arte e com amigos distantes, os quais é raro nos cruzarmos no cotidiano. Ouvimos, também, o ruído disperso de passos e vozes crescendo entrelaçadas e, no fim da tarde, ao chegar o crepúsculo, admiramos o espetáculo do astro-rei, pincelando o céu com suas cores que, sob diáfanas nuvens, se despede de mais um dia no Brique da Redenção.




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